sexta-feira, 17 de junho de 2011

Solitude

Solitude


E em cada esquina que ando,
Talvez seja por sorte ou por azar,
Ou talvez apenas uma trama do acaso,
Eu vejo os seus olhos.

Não importa quantas vezes caminhe,
Ou quantas vezes eu volte,
Sempre seus olhos estão lá,
Do mesmo jeito, na mesma posição.

O mesmo semblante,
E a mesma expressão,
Sempre me olhando ao longe,
Mas sempre deixando ser visto.

Já sentia um certo conforto,
Ao ver este olhar sempre,
E sentir se é que posso chamar de sua presença,
De certa forma eu estava acostumado e familiarizado.

Mesmo me perguntando várias vezes,
“Quem é você?”,
Sem obter nenhuma resposta se quer,
E também sem insistir por já saber que não haveria reação...

E quando, finalmente, resolvi olhar com os mesmos olhos,
Pude ver que não era nada que não conhecia,
Não era algo inexplicável nem estranho,
Era a face do Silêncio.

O Silêncio que faz parte de mim,
Em forma de Solitude,
Em forma de minha companhia,
Que sempre chamei e jamais questionei.

É como se já conhecesse os olhos,
Como se olhasse para um espelho...

E o que via em todo lugar,
Não era nada diferente do que eu sempre vi,
Parecia alguém cuidando e me observando enquanto andava,
Simplesmente, era apenas o mundo olhando de volta pra mim,
Da mesma forma que eu sempre o olhei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário