sábado, 16 de fevereiro de 2013

Rosa Negra

Rosa Negra


Chamados do além
Contam-me segredos
Que não me convém
Relatados com desdém.

Na injustiça do ilegal
A flor negra do jardim
Vira-se ao lado oposto
E observa sua sombra.

Já sem o senso crítico
Recupera-se o âmago.
Perdida e desprezível
Retorna como bastardo.

Sua diferença incomum,
Sem culpa, sem escolha,
Causa-lhe o medo da morte
Causada por sua própria mão.

Caminha como insana,
Morte na mão direita,
Vida na mão esquerda,
Mas sem ônus no peito.

Perdida nos sonhos sombrios
Caminha ao longo da trilha.
Seu fim a espera no topo
De onde se joga no abismo.

O tempo cessa o florescer,
Assim como todo o teu sofrer,
O grito do abismo cessa tua dor,
Cessa a história da mais bela flor.

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